Nosso Pai e Fundador, dizia que anos jubilares são anos de recordação. Recordemos pois, o maio de 1916, mais precisamente o maio de José Engling, que movido por um grande amor à sua Rainha colheu as mais belas flores no jardim de seu coração filial e a depositou no Santuário como símbolo de sua entrega à Obra e Missão de Maria, nossa Rainha de Schoenstatt.
Assim nos relata a história: “Na Páscoa de 1916, por causa das dificuldades de alimentação no Seminário, todos os alunos tiveram a permissão de passar as férias em casa. Para Engling, porém uma viagem tão longa não compensava. Ficaria, pois, em Schoenstatt; seria um boa oportunidade para estar um pouco a sós consigo mesmo.
Certa manhã, no estudo, lia o poema de G.Weber: “As treze trilhas”, quando erguendo os olhos, ficou a contemplar a natureza que despertava com a chegada da primavera. Azaléias e bétulas balançavam suas pequena corolas matizadas. Os abetos, até há pouco, vergados de neve, ressoavam de cantos. E a brisa, vinda de longe, das cerejeiras floridas, convidava a um contato maior com a natureza. Largou o livro e saiu a caminhar. No seu enlevo, pareceu-lhe ouvir a voz da primavera, segredando-lhe: “Hoje é o primeiro de maio. É por isso que os bosques e os prados andam nessa atividade febril. Cada qual se esmera em preparar a sua Rainha as mais belas homenagens com perfumes e flores. Não quer você também associar-se a esse preito da natureza?”
José voltou para casa tomou o seu caderno e escreveu: “Flores de maio do jardim do meu coração, oferecidas à Rainha de maio em seu mês de 1916.
Mãe a ti seja consagrado o jardinzinho de meu coração; para ti quero plantar e cultivar:
A Rosa do amor e da estima
Quero que esta rosa simbolize a ti, Mãe. Assim como a rosa é a rainha das flores, sê tu a Rainha do meu coração. A tua disposição minha soberana, ponho tudo o que tenho, em especial:
O miosótis da fidelidade a teu serviço. Quero ser-te fiel por estes meios
A violeta da humildade e da modéstia a cultivarei procurando:
A flor da paixão e do amor ao sacrifício desabrochará pelo:
O lírio da Pureza
A seguir escreveu esta oração: ‘Rainha de maio, minha Mãe e Rainha! A ti consagro este mês. Tudo o que me pertence seja propriedade tua, e eu teu fidelíssimo escravo. Não quero ter outra vontade senão a tua. Ainda que me tenhas reservado somente o inferno quero suporta-lo por teu amor. Tu, porém ó Mãe sabes como sou fraco, quantas vezes deixei de cumprir meus propósitos e corresponder às tuas intenções. Por isso Mãe, ajuda-me, principalmente a fazer bem o exame particular. Mãe!’(…)
Dia a dia José se acercava do ‘jardinzinho de seu coração’ e ali colhia ramalhetes para o Capital de Graças. Cada “flor” era anotada na caderneta do controle espiritual com um traço à margem do propósito correspondente. Somados estes traços obteve o total de 1712, ou seja uma média de cinqüenta e cinco por dia. Realmente, maio fora o mês florido de seu jovem amor.”[1]
Assim, como José Engling, neste ano da Misericórdia, à luz do lema: “Misericordiosa como o Pai, Tabor dos novos tempos”, queremos oferecer muitas flores de maio à nossa Rainha dos Lírios, cultivadas no jardim de nosso santuário-coração.