Fui convidada a falar um pouquinho de mim e do que faço. E para começar vou dar uma resumida na minha história de vida.
Meus pais moram na cidade de Atibaia e minhas irmãs trabalhavam no Santuário, assim desde criança sempre me levavam ao Santuário e com tempo fui estudar catequese para receber os sacramentos da Primeira Eucaristia e Crisma. No início era difícil, pois morávamos no sítio e dava um pouco de trabalho chegar, mas eu gostava tanto que minha irmã e minha mãe se esforçavam ao máximo para levar-me. Deste modo, podia ficar um pouquinho mais de tempo no Santuário e conhecer também sobre Schoenstatt.
Nesta época estava no ensino médio e como toda jovem gostava de gastar, sair, fazer compras. Assim comecei a trabalhar aos finais de semana no Santuário, ajudava no Recanto Bethânia – Lanchonete. Eu gostava muito, era tão lindo encontrar aquelas pessoas que falavam de suas graças e tudo que Nossa Senhora lhes concedia; e daquele homem santo que seguravam sua oração nas mãos (era a novena do Pe. Kentenich). As pessoas falavam com tanto amor daquele lugar que me sentia atraída. Assim foi passando o tempo e no último ano na escola surgiu uma vaga de trabalho no Secretariado da Romaria, e fui fazer entrevista. Quando cheguei a Irmã olhou e me achou muito nova para a vaga, lembro que me fez várias perguntas, rimos muito. Ela disse que iria me retornar, precisava refletir. Fui embora tão feliz, podia sentir que Deus me queria naquele lugar.
A resposta veio logo e foi um sim, fui contratada! E dei início como Secretária, trabalhava no setor de romarias. Eu comecei a gostar muito do movimento, procurava sempre ler algo para aprofundar.
Até que depois de dois anos como funcionária veio o convite: selar a Aliança de Amor, mas não concordei. Não entendia e não me sentia preparada. A Irmã disse que deveria fazer, pois seria algo muito lindo na minha vida. Então fiz a preparação e selei minha Aliança no dia 07 de dezembro de 2007.
Toda minha vida profissional e idealização de sonhos devo as Irmãs que, independente ter envolvimento direto ou indireto com a função exercida por mim, me apoiaram muito para que eu pudesse sair da minha zona de conforto, abandonar casa, família, amigos, e me mudar com a incerteza de que daria certo ou não a minha escolha e ir atrás do meu sonho, ir em busca de uma carreira profissional. Foi uma bagagem cheia, entregue nas mãos da Mãe, a oração da Confiança se confirmava a cada dia em meu coração, pois confiei nas graças da Mãe e de seu Filho Jesus, além das minhas orações acredito que houve muita intercessão por mim, por parte das Irmãs para que a decisão que havia tomado desse certo.
Foram anos de muito aprendizado, ouvia muitas vezes sobre a importância de se vestir adequadamente e também de rezar o terço que eu não gostava. Ser diferente e nunca fazer coisas porque todos fazem, de como deveria ser o nosso coração e uma coisa que nunca esqueço: não importa o que você faça, faça por amor a Mãe de Deus e nunca desista do amor. Também ouvia muito do Padre Kentenich, muitas vezes eu dizia que tinha medo dele. Cobrava-me auto educação e eu nunca entendia, hoje ao pertencer a Juventude Feminina entendo. E vejo como somos escolhidas pelo Pai e pela Mãe no Santuário, mesmo antes de pertencer a Jufem já tinham me escolhido para viver este ideal “Lírio do Pai, Tabor para o mundo”. Depois prestei meu primeiro vestibular na FAAT para psicologia, fiz a matrícula, mas devido a problemas financeiros não consegui cursar. Nisso pedi as contas e saí do Secretariado. Porém, o tempo que fiquei fora senti muito a falta e me tornei voluntária todos os finais de semana.
Após alguns meses recebi o convite para voltar a trabalhar, não pensei duas vezes e voltei. Comecei a trabalhar no Secretariado da Campanha da Mãe Peregrina, um Apostolado lindo onde aprendo cada dia. Também é onde tenho que ser e viver o ser pequena Maria, alguns devem pensar que é mais fácil, porém não é. Aqui tenho minhas dificuldades, como em qualquer outro trabalho. Viver e trazer para minha vida todo meu ideal, todas as virtudes de Maria de ser uma coroa-viva exige uma atitude de heroísmo.
Sinto que a responsabilidade é maior, pois aqueles que encontro cada dia no trabalho precisam sentir algo diferente, pois somos o espelho do Santuário, “Aqui é bom estar”. E também como minha chefe é uma consagrada, às vezes pode acontecer de não concordamos e aí como colocar nossa opinião e ser autêntica? Não é fácil, mas precisamos viver o que escolhemos ser! Nosso ideal exige grandes sacrifícios.
No ano de 2012 passei no vestibular para o curso de Fisioterapia e vim estudar em São Paulo, e por Providência Divina fui apenas transferida de Santuário. E em junho deste mesmo ano fui convidada a participar do círculo da Aliança de Amor. Neste tempo de preparação para renovação da minha Aliança de Amor, posso dizer que foi um tempo muito lindo e de um verdadeiro apaixonar-se por Schoenstatt, entender minha Aliança e que meu coração não era mais o meu e sim o da Mãe de Deus. A partir disto entrei para a Juventude Feminina. Nunca desisti, pois em Schoenstatt nada começa com grandes coisas e sim com pequenas, e mostrar que podemos ser diferentes sendo jovens autênticas, livres, nobres me faz nunca desistir de viver o ideal que escolhi pra minha vida. O Pai me confiou uma missão muito linda neste ano, sou dirigente de ramo, e trabalhar, estudar e dedicar a cuidar de outras pessoas é uma tarefa bem difícil, por isto nunca pode faltar entrega ao Capital de Graças e nem oração, confiança. E atualmente trabalho no Subsecretariado da Mãe Peregrina, na Vila Mariana-São Paulo. Sou responsável pelo cadastro no programa, além de outras atividades.
Também posso dizer que trabalhar no Santuário é um servir sem interesses, apenas por amor. Mesmo sendo funcionária tenho um olhar diferente, procuro fazer tudo da melhor maneira possível e com amor. Mas isto serve para qualquer outro trabalho, nunca trabalhe pelo dinheiro e sim por amor, por gostar e se sentir feliz, acredito que esta é uma forma de sermos pequenas RTA. Sou sempre questionada sobre até quando irei trabalhar no Santuário e quando vou arrumar um trabalho na minha área e minha resposta; sou muito feliz aqui, e no momento certo a Mãe e o Pai cuidarão e me enviarão para outro trabalho onde eu poderei ainda mais levar tudo que aprendi aqui nestes anos.
Nossas escolhas são muito importantes, e quando decidimos por algo temos que lutar para viver isto, independente do lugar, sempre teremos que ser firmes, ou não conseguiremos. Como dizia o Sr. Pozzobon, “Schoenstatt é uma árvore que floresce sempre”. Estou preparando-me para instituição do meu Santuário-lar e é uma alegria sem explicação, e assim que partir para um novo emprego, além de levar tudo que aprendi, poderei levar também as graças do Santuário as pessoas.
E a melhor parte é estar todos os dias à sombra do Santuário, poder estar diante da fonte de graças.
Alcinéia Amaral – Vila Mariana /SP