As Sagradas Escrituras mostram que Deus é amor (Cf. I Jo 4, 8) e o ser humano foi criado à Sua imagem e semelhança (Cf. Gen 1, 26-27). Logo, a humanidade foi criada para amar. Entretanto, a mácula gerada pelo pecado original distancia o homem do Pai, que é o próprio Amor.
No Seu plano salvífico Deus quis que seu Filho viesse ao mundo através de uma mulher. O ventre que gerou o Filho de Deus deveria ser livre de toda mancha do pecado, por isso Maria é chamada “Imaculada” e cheia de graça (Cf. Lc 1,28).
Poeticamente, São Luís Maria Grignion de Montfort escreveu: “Deus reuniu todas as águas e chamou-as mar, reuniu todas as graças e chamou-as de Maria”. Ela é o prisma que irradia todas as graças e virtudes divinas.
A virtude da doçura de Maria contraria totalmente a natureza humana marcada pelo pecado. Pode ser traduzida como a grande capacidade de amar, ser sensível, obediente, forte e paciente. Em suma: se fazer pequena diante de Deus e dos homens.
O respeito filial revela-se na docilidade e na obediência autênticas. (CIC §2216). O fiat de Maria demonstra a sua doçura e obediência total à vontade de Deus, com um amor filial e autêntico.
Ao longo da história, a doçura é uma virtude associada naturalmente à mulher, devido à sua natureza terna e personalidade delicada. Entretanto, na atualidade, algumas correntes ideológicas visam anular a essência feminina, promovendo uma masculinização da mulher em todos os aspectos (linguagem, atitudes, vestimentas). O Pai Fundador convida a Jufem a nadar contra a corrente.
Dessa maneira, para ser uma doce filha de Maria é necessário, primeiramente, abrir mão de tudo aquilo que impeça a vitória da graça sobre o pecado. Comportamentos ásperos, falas cheias de amargura, ódio, desejo de vingança, egoísmo e orgulho afastam a virtude da doçura e favorecem uma dureza do coração.
Ser doce não é sinônimo de fraqueza, mas de fortaleza. A força necessária para transpassar as adversidades do tempo não deve ser física, mas espiritual. A Mãe de Deus convida a ter um coração repleto de amor, misericórdia e compaixão, capaz de perdoar verdadeiramente e silenciar quando necessário. Entretanto, esse silêncio não deve ser confundido com “aceitar tudo”, mas que ao dizer um “não” este possa soar com firmeza, amor e delicadeza.
O Pai Fundador diz: “Maria é a auxiliar permanente em toda a obra da redenção e, sobretudo, como protetora e educadora”. Ela deve ser o farol a iluminar os caminhos até a graça divina. Como Mãe e educadora está sempre disposta a trabalhar em favor da autoeducação das suas filhas, que fiéis à Aliança de Amor, serão moldadas de acordo com a vontade do Pai.
Em uma sociedade repleta de pecado, sofrimento e amargura, cada Jufem é convidada a irradiar o amor de Deus pela humanidade. Ao tocar em um doce, as mãos ficam marcadas com seu gosto. Que assim seja a jovem nova e forte em meio ao mundo: todos aqueles que se encontrarem com a Jufem possam sentir o doce perfume de Maria. “Quem me olhar te veja, quem me escutar te ouça e quem se encontrar comigo, sinta a tua presença.” (Pe. José Kentenich). Heroicamente, pequenas e doces Marias.
Por: Isabelle Ponciano – Jufem Garanhuns/PE, Regional Nordeste