A Juventude Feminina de Schoenstatt de Santa Maria, RS, reuniu, no “Chá das Gerações”, senhoras e jovens que integraram o ramo desde a década de 1950 até 2015. O evento aconteceu em comemoração aos 75 anos do início dos primeiros grupos da Jufem no Brasil, que será celebrado pelo ramo no encontro Nacional da Jufem em Londrina, no próximo mês de setembro.
Geração do tempo de exílio do Fundador
A alegria do reencontro de muitas gerações era visível no sorriso de cada uma. O grupo da década de 1960, por exemplo, teve a oportunidade de encontrar-se com a sua assessora, Ir. M. Raquel Mainardi. Ela representou a geração da década de 1950, e contou das dificuldades do tempo de exílio de nosso Fundador. “ Entrei na juventude em 1956 quando o grupo existia clandestinamente, pois Schoenstatt estava proibido. Eu tinha estado no juvenato por um tempo, mas voltei par casa a fim de refletir melhor sobre a minha vocação. Aí decidi-me entrar na juventude, porque não podia ficar longe do Santuário, e logo assumi a tarefa de dirigente do grupo das pequenas Marias. Nós nos reunimos às escondidas, às portas fechadas, pois ninguém podia saber que ainda haviam pessoas vinculadas ao Movimento de Schoenstatt. Cada semana fazíamos uma noite inteira de vigília no Santuário. Dormíamos na Casa de Retiros e durante a noite cada grupo tinha a sua hora de adoração. Nosso empenho era pela volta do Pai e Fundador que estava exilado nos Estados Unidos. Em 1959 me decidi a ser Irmã de Maria e foi justamente este empenho pela volta do Fundador e sua Obra que me levou a esta decisão. Depois, como Irmã de Maria trabalhei 35 anos no Movimento. Isto foi uma grande graça para mim. Fui assessora da Juventude Feminina em Londrina e Porto Alegre, também em outras cidades com os outros ramos e a Campanha da Mãe Peregrina. Já naquela época, no primeiro encontro nacional da juventude, refletíamos e procurávamos descobrir qual seria nosso ideal no Brasil”. Hoje, Ir. M. Raquel trabalha no Secretariado Padre Kentenich e continua seu empenho pelo Fundador, em prol de sua canonização.
A Geração que participou da descoberta do Ideal Nacional
A geração da década de 1990 também estava presente. A alegria do reencontro das irmãs de grupo e as assessoras daquela geração, representadas pela Ir. M. Rosequiel, também se traduziu em lágrimas de emoção. Joana Pignataro, que atualmente reside com seu esposo e quatro filhos nos Estados Unidos, não podendo estar presente, enviou uma saudação parabenizando a Jufem pelos 75 anos. Juliane Riboli, que era dirigente da Jufem de Santa Maria, relatou a vivência de descoberta do ideal nacional em 1996. “Nós, do Sul, queríamos que entrasse na formulação do ideal a expressão ‘filialidade heroica’ e as outras queriam o ‘lírio’. Estava bem difícil. Durante uma reunião a Gisele (do seu grupo) falou-me ao ouvido que poderia ser “Lírio do Pai”, pois isso expressa a filialidade heroica. Uma outra jovem ouviu isso e propôs que nos chamássemos “Lírio do Pai”. A expressão agradou a todas, pois vinha ao encontro do que buscávamos. Então passamos a nos empenhar para que entrasse a palavra “Tabor” como expressão da missão que nosso Pai e Fundador deu ao Brasil. Quando se disse a frase “Lírio do Pai, Tabor para o mundo”, houve silêncio e sentimos uma paz interior. Era isso mesmo que queríamos. Quando saímos para fora estava chovendo. Foi como se a Mãe de Deus derramasse naquela hora a sua bênção sobre o novo ideal que havia surgido”.
A Jufem dos 75 anos
A geração jubilar foi representada pelas duas jovens Maiara P. Madrid e Marina P. Madrid, as gêmeas. Elas apresentaram a coroa RTA como a corrente de vida que caracteriza a nossa geração e deram o seu depoimento de vivência na Jufem. “Schoenstatt foi uma grande mudança em minha vida. Aqui encontrei uma Família, minha família natural se ampliou. Temos o nosso grupo, as Auroras da Aliança, nossa Jufem e toda a Família de Schoenstatt. Aqui descobri que a Mãe de Deus tem um plano especial para mim e que sou amada por ela”, destacou Maiara.
Uma exposição histórica tornou-se ponto de encontro das gerações
Além dos muitos brindes e sorteio dos prêmios da rifa em benefício da viagem para Londrina no mês de setembro, a exposição das crônicas dos anos passados atraiu a atenção das participantes do chá. Era uma festa quando alguma se encontrava nas fotos e podia rever o seu grupo. Entre os documentos históricos estava uma pasta compilada com várias cartas que Regininha escreveu na correspondência que mantinha com a jovem Edith Müller, hoje pertencente à Liga Apostólica Feminina de Schoenstatt, em Santa Maria. E ainda um destaque para a nossa heroína da Jufem Lúcia Renssi ao lado da coroa “Regiamente Puras”, que esteve nas mãos do Pai e Fundador.
A nova bandeira da Jufem do Regional Sul
Outro presente para o dia foi a inauguração da bandeira da Jufem do Regional Sul. Há vários anos a juventude iniciou a conquista da bandeira, uma vez que no Regional cada diocese tem uma bandeira especial com o seu símbolo, desejávamos ter uma que representasse a todas nós, e esta deveria ser com o símbolo da Jufem Brasil.
Nosso futuro está garantido!
Há ainda que destacar a presença das pequenas, nossas futuras Jufem. Algumas Apóstolas de Maria participaram do chá e nos alegraram com sua presença e participação original. Elas também fazem parte da geração jubilar dos 75 anos.
Agradecemos às equipes de trabalho pelo empenho na realização deste evento. Foi bonito sentir a unidade da Família de Schoenstatt local, pois a preparação envolveu diversas gerações da Jufem e membros de outros ramos do Movimento, que mesmo não tendo participado da Juventude Feminina, contribuíram com doações, trabalho e a sua presença. Sim, em Aliança, somos uma grande Família do Pai!
Ir. M. Rosangela de Souza
Fotos: Ir. Nanci