“Meu nome é Marcinha Dutra, hoje sou conhecida como Tia Marcinha, sou formada em magistério, pedagogia e psicopedagogia. Sou portadora de AME (nível 2), uma doença rara, de nascença, que causa falta de músculos e nervos, por isso, uso cadeira de rodas e praticamente não consigo movimentar nem os braços. Para muitos isso seria motivo de desistir, mas, para eu é razão de mostrar que o nosso Deus é o Deus do impossível.
Ainda me lembro do almoço da Liga das Famílias que meus pais participam, em que conheci a Ir. M. Teresila Prates e ao final do evento ela me disse: “o Pai te viu e piscou para você. Quero te convidar para começar um grupo de Apóstolas em nossa cidade (Belo Horizonte – Minas Gerais)”. Inicialmente, achei muita responsabilidade, então comecei como dirigente da Liga Apostólica Feminina, a primeira que teve em minha cidade. Assim, fui crescendo na espiritualidade de Schoenstatt e sendo formada pela Mãe.
Pouco tempo depois, na minha cidade, estavam com dificuldades para encontrar uma dirigente para continuar o trabalho com as Apóstolas Luzentes de Maria. Então, fui convidada novamente e dessa vez aceitei o convite. A primeira reunião seria no dia do meu aniversário (mais tarde perceberia que esse grupo era um presente de Deus para mim).
Dessa forma, em novembro, entrei com toda a força nas ALMs e, no dia da minha Aliança de Amor na Liga Apostólica Feminina (LAFS), minhas 12 primeiras apóstolas receberam a conquista do lencinho.
No início do ano seguinte eram 24 Apóstolas Luzentes de Maria. Já teve um ano inteiro com apenas 5 meninas e neste período foi difícil continuar animada com grupo tão pequeno! Já tive 79 apóstolas, atualmente são 46.
Para realizarmos as reuniões foram necessárias algumas adaptações: eram feitas em minha casa e cada grupo tem uma responsável que sempre me ajuda. Quem traz a Imagem Peregrina Infanto-Juvenil naquele dia é ajudante. Conto sempre com a indispensável ajuda da minha mãe, Maria das Neves, e das ALMs que acabam aprendendo a ser solidárias.
Na verdade, toda a minha família se envolve e participa de alguma forma das atividades. Já fiz reuniões deitada na cama, quando me recuperava de uma operação e quando estava bem mal. Nesses momentos assistíamos um desenho de Nossa Senhora com as ALMs. Elas eram pequenas e todas ficaram na cama comigo comendo pipoca e amavam! Tenho reunião com elas todos os dias, chegando a ter duas reuniões por dia, pois as Apóstolas são divididas em oito grupos.
Com a pandemia do coronavírus, cinco dias antes de iniciar o isolamento social, a médica me colocou em isolamento, pois tenho problemas pulmonares. E, agora, pensei, o que fazer com as meninas? Não posso abandoná-las neste momento tão difícil! Então, criei um canal no YouTube, “Tia Marcinha ALM”, onde toda semana posto um vídeo de reunião para elas e, na semana seguinte, damos início às reuniões por vídeo chamada.
Já me foi solicitado abandonar o grupo das ALMs. Recorri à Mãe Rainha Três Vezes Admirável dizendo que eu só deixaria o grupo se Ela quisesse. Nessa época estava mais de trinta meninas e no ano seguinte teve o dobro! Isso foi uma grande resposta! Sendo assim, enquanto a MTA quiser, serei sua funcionária e Ela minha querida Patroa!
Muitos pensam que tudo é motivo para desistir, mas eu acredito que sempre existe razão para ir em frente!”
Por: Eliana Márcia de Castro Dutra, Dirigente de Apóstolas Luzentes de Maria, Belo Horizonte – MG / Regional Sudeste
Edição: Luciane Volpatto Rodrigues, Jufem Santo Ângelo/ Regional Sul