Ser Jufem consiste em ser católica, que por sua vez consiste em cultivar uma Fé Viva! Maria, a primeira a comungar é o maior exemplo dessa virtude. Basta que observe toda sua trajetória como Mãe de Deus.
Anunciação
“Então Maria disse: ‘Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo Tua palavra’. E o anjo a deixou”. (Lc 1, 38)
Sem titubear, cheia de fé e confiança de que a vontade de Deus é a melhor escolha para sua vida, a jovem Maria profere seu “Fiat” à proposta do anjo mensageiro. Naquela situação, ela dificilmente imaginava cada um dos desafios, tarefas e dores que estava assumindo, mas aceita livremente a missão.
Ainda que não fosse casada, ainda que corresse perigo, ela se entrega totalmente ao Senhor, num “salto mortal” que mudou a história de toda a humanidade.
Aqui, a Mãe de Deus expressa que a Fé viva pressupõe confiança nos planos de Deus.
Belém
“Ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2, 7).
Maria via deitado na manjedoura daquele estábulo Seu Filho: feito de carne, pele e osso, como ela. Pobre, como ela. No entanto, enxergava ali a promessa de Deus, mostrando que Fé trata-se sim de acreditar no impossível, em milagres, mas que exige uma participação ativa.
Cada uma deve contribuir para a realização da vontade de Deus em sua vida. Mas, como? Saber ouvir, ser perseverante e obediente a Ele, mantendo uma vida de oração ativa é essencial.
Nazaré
Ela que ensinou Cristo a andar, a falar, a comer, mostra que a Fé deve ser paciente e amorosa. Jesus não se levantou da manjedoura e imediatamente foi encontrar seus discípulos. Na Sagrada Família Ele se desenvolveu e foi educado com amor, por amor e para o amor, por seus pais sempre pacientes, até que chegasse a hora de sua vida pública. Fazer tudo com amor e paciência é um exercício de Fé.
Caná
“A mãe de Jesus disse aos que estavam servindo: ‘Façam o que ele vos disser’” (Jo 2, 5).
Quando Jesus transformou água em vinho, em seu primeiro milagre, Maria, confiante no poder de Seu filho, e sensível à necessidade do mundo mostra-se cooperadora na Obra da Redenção.
Fé viva implica sensibilidade, misericórdia e caridade, como Ela mostra em Caná. Não basta ir à missa, ao Santuário, se ao sair da igreja a Jufem se isola em seus problemas e não enxerga realidades diferentes da sua. Para praticar a caridade e a misericórdia sequer é preciso sair de casa. Um bom exercício é começar dentro da própria família.
Calvário
“Junto à cruz de Jesus estavam sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena”. (Jo 19, 25)
Ela viu-O ser maltratado, crucificado e morto. Chorou as lágrimas de mãe e de fiel seguidora. Contudo, naquele momento às três da tarde, ela ainda assim se mantinha segura na promessa da Ressurreição.
Cenáculo
“Tendo entrado no cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: Pedro e João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago. Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele.” (At 1,13-14)
Maria é também mãe dos Apóstolos, auxiliando-os a seguir na Fé e na espera do Espírito Santo, culminando em Pentecostes, que é o nascimento da igreja. Junto com os ali presentes Ela assume a atividade de levar a palavra de Deus.
Fé viva consiste, também, em prontidão à missão. Em Schoenstatt, Pozzobon também é exemplo quando diz: “Entendi a missão e por ela a minha entrega foi total”.
O Pai Fundador, tratando de Fé Prática na Divina Providência, disse: “O filho singelo vê Deus por trás de cada acontecimento. Deus é pai, Deus é bom e bom é tudo o que ele faz! […] Não me preocupo. Sei que em todos os acontecimentos do mundo está Deus, a bondosa mão de um Pai que tudo sustenta” (Pe. José Kentenich).
Deste modo, entende-se que cultivar a Fé Viva é um ato de filialidade heróica. É crer, confiar, orar, entregar, comprometer-se e agir.
Que como verdadeiras schoenstattianas, cada Jufem empenhe-se em crer na Divina Prividência, confiar plenamente na misericórdia do Pai, dialogar em constante oração, entregar suas vidas ao Capital de Graças, comprometendo-se com seus locais e Ramo e, principalmente, agir, colocando em prática tudo isso.
A Fé é uma virtude que não foi feita para se colocar de lado, pois é, essencialmente, dinâmica e Viva!
Por: Maria Clara Bianconi – Jufem Londrina/PR, Regional Paraná