Meus pais, sendo pessoas de muita fé, me criaram e me educaram desde pequena dentro da igreja. Minha mãe, por trabalhar pela campanha da Mãe Peregrina, me fez entrar em contato, bem cedo, com Schoenstatt. Recordo-me de ter um livrinho infantil da Mãe Rainha que ensinava a rezar o terço e que tinha as orações diárias ilustradas, que eu carregava para cima e para baixo. Também me lembro de ir com a minha família visitar o Santuário de Londrina e de Atibaia varias vezes, e já naquela época, gostava muito de visitar estes lugares, apesar de eu não compreender muita coisa.
Na minha casa a televisão nunca teve muito espaço, assim quando minha família conquistou o Santuário Lar ela foi colocada para fora de casa, em um cômodo separado, e na sala passou a ter um cantinho especial com o quadro da Mãe junto a foto do Pai e Fundador, entre outros objetos especiais. Neste cantinho eu sabia que sempre poderia colocar as minhas dificuldades e as minhas necessidades, pois a Mãe cuidaria. Porém ainda não compreendia o significado da presença do Pai e Fundador. Eu sabia que ele deveria servir de exemplo de santidade, porém conhecia pouco de sua história.
Dentro de casa, com a minha família e na presença da MTA eu me sentia bem, aquilo era tudo que eu tinha, porém quando eu não estava perto de nenhum destes me sentia sozinha, como se faltasse algo. Sempre fui uma menina muito tímida e principalmente na minha infância, sentia muita dificuldade para me comunicar e fazer amigos.
Mais ou menos quando eu tinha 12 anos, surge o primeiro grupo de Jufem em Barbosa Ferraz, minha cidade, e logo a oportunidade de participar de um encontro em Atibaia como Juventude Feminina aparece. Sem pensar duas vezes eu me junto com mais três meninas para ir. No começo eu me sentia perdida, primeiramente por ser bem novinha e depois por descobrir que eu não sabia nada sobre o movimento, mas foi naquele momento que me interessei por este mundo, pois ali eu podia dizer ‘aqui é bom estar’. Eu via naquelas meninas algo diferente, no qual eu também queria ter, eu queria ser Tabor.
Schoenstatt passa a ser uma escolha minha, eu estava assumindo este carisma, e isto aos poucos começou a preenche o vazio que sentia dentro de mim. Ganhei um lar, uma Mãe, um Pai, e claro a missão de viver e anunciar Schoenstatt.
Como Barbosa Ferraz é uma cidade pequena, chegou um momento em que eu tive que, assim como a Mãe, dizer meus sim e assumir mais uma missão como Jufem. Recebi o chamado para assumir um grupo de Jufem, o que me deixou com muito medo. Por que eu?? Eu não nasci com o dom para me comunicar com as pessoas. Eu não saberei como lidar com essas meninas. Eu não sou capaz. Era apenas isso que passava pela minha cabeça. Mas se não eu quem mais faria isso por mim?? Se a Mãe me escolheu é porque ela sabe que eu tinha a capacidade.
Sozinha eu não conseguiria, isso era fato, então me lembrei que alem da Mãe eu também tinha um Pai na qual eu poderia recorrer. Sim!! Ele foi à melhor escolha que eu fiz naquele momento. O Pai e Fundador passou a ser então meu conselheiro e amigo diário, comecei e me basear em sua vida e em sua forma de educar pra lidar com aquelas meninas e para lidar comigo mesma. O Padre José Kentenich passou a fazer parte da minha vida de uma forma que eu nunca imaginaria. Em cada momento de sua vida, em cada palavra que ele dizia, mais eu via nele o exemplo e o amigo. Muitas vezes me peguei pensando no que ele deveria estar pensando em cada momento de sua vida. Imaginar o quanto ele não rezava por aqueles que se consagravam a Schoenstatt, o quanto ele deve ter amado a Mãe, o quanto deve ter sido difícil ficar exilado e se manter forte até o fim.
E esta experiência de viver com o Pai e Fundador, de viver os seus ensinamentos, me mudou profundamente. A busca inicial para me ajudar a ser uma boa dirigente, foi muito além. Passei a me auto educar diariamente e a viver meus ideais. Aos poucos perdi o medo de falar, de dar a minha opinião, de me expressar diante das pessoas ao meu redor, levando ao mundo os meus valores. Tornei-me uma pessoa mais decidida, mas sem deixar de escutar e ajudar quem precisa, mesmo nas pequenas coisas. Agora sei que não estou mais sozinha no mundo, e nem tenho mais medo, pois faço do mundo meu Schoenstatt Lar.
Hoje, aos meus 19 anos, curso uma faculdade de Engenharia Química, tenho pais maravilhosos, quatro irmãos que eu amo, amigos dos quais me orgulho muito, um namorado que antes de tudo é um amigo, dirijo um grupo de Jufem, estou na busca do meu Santuário Lar e do meu Ideal Pessoal, mas afirmo, sou jovem ainda! Fácil nunca será, assim como o Pai e Fundador passou por seus momentos de dificuldade eu sei que os meus estão só começando e eu estou preparada, pois como ele sempre me diz: “Não te esqueças, pequena serva, quem tu és, e que possuís uma coroa”.
Vassula Belinato Paiva
Querida filha você é um orgulho para nós, seja assim um Lírio do Pai fundador e tudo, tudo mesmo dará certo, tua vocação, teu trabalho, teu matrimônio….
Te amamos muito
Mamãe