Ser dirigente é muito desafiador, mas também um chamado que vem direto do coração de Deus, confira os testemunhos de quatro dirigente, uma de cada regional que contam como vivem essa vocação.
“Professoras” na escolinha de santidade
Marcela dos Anjos, tem 19 anos e pertence à Juventude Feminina de Schoenstatt de Seberi – Regional Sul – há 6 anos, compartilha que ser dirigente vai além de preparar as reuniões:
“Em poucas palavras, podemos definir a vida consagrada e sacerdotal como o coração da Igreja, enquanto os Leigos, são chamados à serem os membros que estão destinados à vivência prática da Boa Nova do Evangelho na vida diária, em todas as esferas sociais (família, amigos, trabalho). Entretanto, enquanto Filhas muito Amadas da Mãe e do Pai e Fundador, muitas de nós em algum momento, sentimos um anseio em nosso coração de nos doarmos mais à Igreja através de Schoenstatt, e aí nos perguntamos: onde a Mãe de Deus me quer? Onde Ela mais precisa de mim?
Enquanto leigas-schoenstatteanas, muitas de nós somos especialmente chamadas a realizar uma das tarefas mais importantes dentro do Movimento: sermos dirigentes!
Ser dirigente, é muito mais que preparar uma reunião que vá chamar a atenção das pupilas/dirigidas ou o interesse em simplesmente estar no Movimento, mas de maneira muito concreta, é uma missão especial que busca conservar a originalidade da ideia predileta que Deus plantou no coração do Pe. Kentenich; é sermos as “professoras” da escolinha de santidade guiada por Nossa Senhora em Schoenstatt, e ainda, contribuir diretamente para a formação de mulheres novas e fortes, conforme DEUS QUER para o mundo!
A preparação de nossa reunião inicia-se muito antes da organização material, pois deve desencadear-se através da vida da própria dirigente e de sua autoeducação particular. É um convite a abandonar-se inteiramente à Providência Divina, para que o Espírito Santo atue através de nós em nossos grupos, sendo não só a narradora de uma belíssima história, mas o testemunho que busca viver os mesmos ideais retratados nesta história. Muitas vezes procuramos transmitir somente palavras que vão agradar quem nos ouve, pois temos medo das opiniões contrárias ou até mesmo, de “perdermos” jovens. Entretanto, pensemos em Jesus, ele deixou de pregar a Verdade mesmo sabendo que algumas pessoas não concordariam? Da mesma forma nós, não há porque temermos em pregar a originalidade e a radicalidade do Amor que brota da Cruz, pois, o coração humano tem sede da Verdade, e só quando compreender de forma íntegra o que é o Eterno, seremos plenamente felizes e satisfeitas em nossa vida terrena. ”
“Tudo por amor, com alegria.”
Com apenas um ano participando do Movimento, em 2017, Thassiany foi chamada a ser dirigente, sendo essa época marcada pela sua recém chegada a Jufem. Com isso, uma grande dúvida surgiu em seu coração:
“Será que estou realmente preparada? Será que consigo ensinar, tocar o coração do próximo com o que eu vivencio? Eu ainda não entendia o quanto aquele chamado era essencial na minha vida, o quanto me transformaria e despertaria um amor tão grande e inexplicável. Um chamado que envolve a cultura do encontro, conduzir vidas à santidade, transformar corações e percorrer o caminho de encontro à Mãe e nosso Deus.
Ser dirigente acredito que é um eterno caminhar de diversos aprendizados, sempre transformando aquele saber em algo alcançável para aquele que você está ensinando, é redescobrir o amor em observar que aquilo transmitido fez diferença e continua vivo no cotidiano daquela pessoa.
Diante de tantos aprendizados sendo dirigente de apóstolas, envolvia um grande aprofundamento da minha espiritualidade Schoenstattiana e uma transformação interior muito grande.
Em 2019 com várias reflexões que se seguia durante a decisão da minha futura profissão, com o chamado a vocação, tive a certeza que meu caminho era transformar vidas a partir do papel de dirigente, através da educação, e por isso optei pela graduação à Pedagogia, onde posso exercer plenamente esse chamado de Deus e realizar a sua vontade conforme a frase de nosso Pai e Fundador: “Tudo por amor, com alegria! ”
Hoje, como dirigente de Jufem, acrescento a minha transformação como mulher e resinifico o valor em ajudar na formação de mulheres novas, na nova sociedade. ”
“Entendi a missão e por ela a minha entrega foi total. ”
Lindinês da Jufem Regional Nordeste-PE é filha de Schoenstatt, desde os passos das Apóstolas de Maria, e hoje como dirigente da Jufem compartilha seu testemunho.
“Posso dizer que sou inteiramente feliz, e o motivo é pela Aliança de Amor que selei com a nossa querida Mãe e pela missão que assumi com o Reino de Schoenstatt.
Participei do Nacional Jufem 2015 em Londrina/PR, uma vivência que marcou a minha vida, percebi que realmente tinha feito a melhor escolha desde o início. Tenho a certeza que o nacional foi um discernir da Mãe em minha vida e na minha missão, pude sentir que os cuidados da Mãe estiveram sempre sobre mim, bem antes de saber que ali estaria. Foram momentos de sacrifícios, renúncias e orações, para que eu pudesse estar lá, juntinho da Mãe no pedacinho do céu aqui na terra. Deus Pai foi bondoso e generoso com sua filha, e sei que do seu amor experimentei, e foi belo. Assim como os lírios de um jardim exalam sua essência, Deus exalou seu amor por mim. Ah! E a MTA é a melhor mãe, demostrou e me mostra a cada dia, em quem confiei o meu amor, a quem dei um sim por um ideal e pela missão heroíca de Schoenstatt, que o Pai José Kentenich nos presenteou. “Entendi a missão e por ela a minha entrega foi total”, (João Luiz Pozzobon).
Nascemos com um propósito, e ao longo que caminhamos na fé, o Senhor nos reluz seus sinais, e por seus mandamentos tento levar para a Igreja e aos irmãos, os anseios e as esperanças, e assim, enriquecê-los com as sabedorias da Boa-Nova de Cristo que trago em mim, servindo a Deus e ao próximo, cumprindo minha missão… “ser dirigente, é deixar-se educar e ser conduzida pelas mãos da nossa Mãe, nos comprometendo com nossos ideais e amor filial”. Se dispor pelo reino de Deus, o reino de Schoenstatt, é se desfazer das minhas vontades, para viver a vontade do Pai na minha vida. E como dirigente, tento passar a confiança e entrega de amor a MTA, em especial, em sermos educadas na escola de Maria, servindo com filialidade aos Desígnios do Divino.
Sou grata por cada detalhe que se realizou e acontece em minha vida. Sou um instrumento do Senhor aqui na terra, e o mesmo Cristo que conheci e provei do seu amor, desejo cada vez mais levá-lo na missão que dei um “sim”, e assim como Maria responder ao Senhor, cada dia: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim, segundo a tua palavra”. (Lc 1, 37-38)
Anseio em retribuir
O chamado de Deus para a vocação de leiga dentro da Igreja sempre foi uma constante na vida de Natália. A princípio o chamado veio por meio dos exemplos que a rodeavam, e sua família sempre muito comprometida e feliz com atividades paroquiais e de jovens que refletiam uma luz e uma alegria genuína em estar a serviço do Reino de Deus.
“O anseio de retribuir todo o aprendizado e vivência recebidos na minha caminhada fé, me motivaram a dizer o “Sim” para ser dirigente e me comprometer a levar aos outros tudo aquilo que enchia o meu coração. Assim, entendo que o bom Deus plantou em meu coração a semente que hoje faz com que eu me doe com muito amor e carinho ao Movimento Apostólico de Schoenstatt e a Igreja.
Ao se doar pelo outro, o exercício de olhar para si e compreender que Deus capacita e molda seus conhecimentos para poder oferecê-los da melhor forma, também foi de grande valia para mim. A apreensão e insegurança de falar algo errado, da reunião ser muito rápida, ou de receber uma pergunta a qual eu não soubesse a resposta, foram receios iniciais em minha caminhada como dirigente, mas que foram vencidos pelo abrigo e conforto da graça de Deus. Ele realmente capacita os escolhidos! Desse modo, enxergo o meu chamado à vocação como algo além do servir, mas, também um chamado à autoeducação.
A maior parte da minha vida em Schoenstatt como dirigente foi direcionada à Jufem, com reuniões, temas, vivências e toda essa experiência maravilhosa que o ramo nos proporciona. Muitas dessas vezes aconteceram de ser para meninas com mais experiência e tempo de Movimento do que eu, e a minha atitude diante disso sempre foi de escutar e aprender com elas. Partilho desse exemplo em específico por acreditar que essa é a essência do ser dirigente: partilhar, mas, essencialmente, saber escutar!
Continuando a minha jornada de aprendizados, há mais de um ano eu disse o “Sim” para as pequenas grandes luzes de nosso Movimento: Apóstolas Luzentes de Maria. E a partir daí consegui enxergar e compreender o Movimento e a Igreja, com um colorido todo diferente: sob a luz e doçura das Apóstolas. Você pode pensar que ao dar reunião para as mais novas, elas aprendem muito mais com a dirigente, certo? Mas comigo foi exatamente ao contrário. Com elas, aprendi a viver e enxergar a vida e a fé de uma forma tão simples, mas ao mesmo tempo, tão profunda. Na singeleza do ser criança, elas me tornaram uma dirigente mais atenta e consciente dos sinais de Deus.
Assim enxergo que a beleza do ser dirigente está na constante doação de si mesma, mas, com toda a certeza do mundo, não para por aí… O encanto dessa vocação também se encontra durante a caminhada: o aprendizado e o amor recebidos são o maior presente de Deus!”
Por: Marcela dos Anjos, Jufem Seberi / Regional Sul; Thassiany Bittencourt Armecy, Jufem Poços de Caldas / Regional Sudeste; Lindinês da Silva, Jufem Lajedo/ Regional Nordeste e Natália Lavoranti, Jufem Curitiba/Regional Paraná
Edição: Stephani Henrique Oliveira Andrade, Jufem Rio de Janeiro/Regional Sudeste