Estamos celebrando a grande solenidade de Pentecostes, assim a Igreja se refere para as celebrações litúrgicas maiores, chamadas solenes. A vida litúrgica é importante, porque revela o caminhar da Igreja de Cristo. Nós como filhas de Schoenstatt queremos sempre mais apropriar-nos desta verdade de fé. Assim vivenciamos cada momento da vida da Igreja, já que desde o nosso batismo nós somos membros vivos desta Igreja.
A celebração de Pentecostes nos leva a penetrar na importância do Espírito Santo, que é a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Sabemos que é o Espírito Santo que nos une a Cristo e nos faz filhas de Deus. É Ele que roga ao Pai e nos ensina a dizer Abba – Querido Pai. (Rm 8,15) Ele habita em nós e santifica o nosso corpo de modo que nos tornamos templos de Deus. (I Cor 6,19)
Celebrar Pentecostes!
O termo “Pentecostes” se originou a partir do grego pentēkostḗ, que significa “quinquagésimo”, em referência aos 50 dias que se sucedem depois da Páscoa.
Um detalhe importante, para nós, que as celebrações não são acontecimentos de recordações, de datas, mas celebrar no sentido da Igreja e tornar presente novamente o mistério do acontecimento que celebramos. Isto quer dizer, hoje novamente acontece Pentecostes, vivenciamos novamente a plenitude das graças, hoje de forma atualizada na graça que vem de Deus.
Refletido Pentecostes no Catecismo da Igreja Católica.
Cinquenta dias após a Páscoa, a Festa de Pentecostes celebra o dom do Espírito Santo enviado por Deus à Igreja. A promessa de Jesus aos seus discípulos se realiza: “Mas recebereis o poder do Espírito Santo que virá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1,8).
Jerusalém é o lugar onde termina o “tempo de Jesus” e começa o “tempo da Igreja”. Os “atos” de Jesus começam na Galileia e terminam em Jerusalém. Os “atos” dos apóstolos começam em Jerusalém e vão até os confins do mundo.
No dia de Pentecostes, os discípulos estavam reunidos em Jerusalém. Depois dos acontecimentos da Páscoa estavam inseguros, cheios de medo. Viviam juntos, mas não conseguiam entender todos os acontecimentos dos últimos tempos com Jesus de Nazaré e estavam desligados do mundo. Eis que o Espírito Santo, dom de Deus, veio sobre eles e tudo foi transformado.
Assim, aquele grupo de homens e mulheres amedrontados adquiriu a consciência de ser uma comunidade, uma Igreja, isto é, o corpo místico de Cristo. Todos sentiram que Jesus estava entre eles, mais ainda do que antes, porque, na realidade, Jesus não mais estava com eles, estava neles. Assim a Igreja se manifestou publicamente e começou a difundir o Evangelho mediante a pregação e o testemunho.
Pentecostes hoje!
Estamos num tempo em que a escuridão nos envolve, por que nos últimos meses muitas coisas mudaram em nosso mundo, na rotina do nosso dia a dia, não é verdade? Estamos num processo novo, precisamos despertar em nossos corações a ousadia da fé. Torna-se cada vez mais evidente a necessidade de desenvolver diante das situações em que vivemos e experimentamos um heroísmo da fé. Segundo o pensar de nosso Pai e Fundador, o heroísmo da fé é, especialmente o resultado da atuação do Espírito Santo em nós. É um presente do dom da Sabedoria, do Entendimento e da Ciência, que traz para cada uma de nós a capacidade para crer. Dom que recebemos no batismo e vamos levando ao aperfeiçoamento na Fé. E viver na prática o “nada sem vós” (da ação de Deus em nós) e o “nada sem nós” (o nosso empenho em fazer o bem e dar a nossa cooperação).
Nós hoje nos encontramos em situações muito parecidas as dos Apóstolos, não é verdade? Nossos dias também são sombrios. Reina em nós insegurança, incertezas e dúvidas. Mas neste momento temos a certeza que não estamos sozinhas. Cristo está conosco, mais ainda, Ele está em nós que somos a sua Igreja. Ele está presente na força que encontramos na Eucaristia e na sua Palavra. No nosso dia a dia, sabemos que muitas vezes não conseguimos dar esses passos sozinhas. Não alcançamos essa vivência por que somos limitadas e vacilamos. Através do exercício da Fé conseguiremos nos aperfeiçoar.
Pentecostes na Família de Schoenstatt! – Um novo tempo no Espírito Santo!
Em 2018 celebramos os 50 anos do falecimento de nosso querido Pai e Fundador, numa celebração Internacional como Família de Schoenstatt. Foi firmado que vivemos em nossa Família um tempo do Espírito Santo. Assim se expressa o Pe. Juan Pablo Catoggio: “Querida Mãe, como no início da Igreja, implora para nós o Espírito de Deus, um novo Pentecostes; estabelece um novo começo, o início de um novo tempo para Schoenstatt e para a Igreja nos nossos dias. O mundo de hoje precisa dessa Igreja renovada, uma igreja humilde, dos pobres e para os pobres, desprendida do poder e animada pelo Espírito Santo. Uma Igreja mariana, que seja família e casa aberta para todos; uma Igreja que, com Maria e como Ela, seja Mãe e leve aos homens do nosso tempo, aos muitos homens e mulheres feridos do nosso tempo, a misericórdia de Deus que nos salva e nos cura. Queremos oferecer à Igreja um Schoenstatt missionário, um Schoenstatt em saída.”
Querida Jufem, temos um lar que é o Santuário, temos uma Mãe e somos uma Família espiritual muito numerosa. Como Juventude Feminina, somos um belo jardim, onde Deus nos plantou pelas mãos de nossa Rainha da Promessa. Que presente, não é? Estamos celebrando estes 80 anos num ano onde muita coisa mudou, mas uma verdade permanece, um acontecimento que não podemos deixar de louvar e agradecer, também celebrar! Somos Jufem Brasil e temos uma missão: Ser Lírio do Pai – Tabor para o mundo!
Chegou a hora de irradiarmos o Tabor! Como sabemos o Movimento Apostólico de Schoenstatt, desde o início é considerado como um Movimento de Santidade. Muitas vezes nosso Pai e Fundador apresenta o Espírito Santo como o guia para a santidade e acentua o seu papel insubstituível, com seus dons no caminho para uma vida santa. Podemos ver nos sete dons do Espírito Santo (Fortaleza, Sabedoria, Ciência, Conselho, Entendimento, Piedade e Temor de Deus) poderosas forças para sermos Cristãs a caminho da plenitude. O Espírito Santo nos fortalece hoje como Jufem para responder aos desafios deste momento com nossa vida de santidade nas pequenas coisas.
“A Santidade deve ser identificada com humanidade nobre. Não podemos identificar a santidade como destruição da natureza. Sem os dons do Espírito Santo, sem uma especial atuação de Deus, nunca poderemos encher os abismos de nossa natureza doentia, nunca podermos, a partir do interior, elevar a natureza, nobilizá-la, (nobre) sublimá-la” Padre José Kentenich, agosto de 1930. (livro Movido pelo Espírito)
Por: Ir. M. Jacinta Donati, Assessora Regional Paraná
Foto de capa: capituradordeimagenes.blogspot – Porta de entrada do Santuário de Schoenstatt de Bellavista, Chile
Foto: schoenstatt.de – Espírito Santo